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Atualização monetária: o que é, como calcular?

atualização monetária

A atualização monetária é uma operação fundamental para equilibrar o valor do seu dinheiro.

Afinal, esse processo é responsável por compensar a perda do poder de compra da moeda, ocasionado por cenários como a inflação.

Dessa forma, é fundamental entender como funciona esse ajuste financeiro e qual seu impacto no dia a dia, em diferentes situações.

Por isso, a Precato preparou um guia especial sobre a atualização monetária, explicando o que é e como aplicá-la no valor do seu montante. Confira!

Afinal, o que é atualização monetária?

Atualização monetária são os ajustes financeiros aplicados com o intuito de compensar a desvalorização da moeda em circulação, em relação a outros índices, como:

  • Moedas internacionais;
  • Índices de inflação;
  • Cotação do mercado.

Dessa forma, diferentes valores e recebimentos, como salários, recebem um ajuste de modo que o poder aquisitivo possa acompanhar essa oscilação.

No Brasil, essa operação também é conhecida como correção monetária.

A instituição responsável por calcular o valor da atualização monetária é o Banco Central, através da análise de diversas taxas de juros e índices do mercado.

Quando foi instituída a atualização monetária?

A atualização monetária foi instituída no Brasil após o Golpe Militar de 1964, período de criação do primeiro indexador, denominado Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN).

Esse índice avaliava o valor de alguns ativos específicos da época, e foi essencial para controlar a hiperinflação da época.

No entanto, quando os primeiros reajustes passaram a ser feitos, eles seguiam as altas taxas de juros aplicadas pelas instituições financeiras.

Nessa época, a atualização monetária da moeda chegou a ser feita diariamente, para acompanhar os altos índices.

Foi apenas com a implantação do Plano Real que o reajuste estabilizou e pôde reaver o poder aquisitivo dos consumidores.

Assim, mesmo que a atualização monetária tenha surgido nos anos 60, foi apenas no final dos anos 90 que ela assumiu o modelo anual, como conhecemos hoje.

Entretanto, essa operação ainda é necessária, pois o Real continua sofrendo oscilações em relação aos demais índices do mercado.

Saiba a diferença entre atualização monetária e juros

Muitas pessoas podem confundir os conceitos de atualização monetária e juros. 

Apesar de ambos apresentarem uma influência significativa na economia, é importante destacar suas diferenças.

A princípio, os juros são um acréscimo adicionado à remuneração paga ao credor pelo empréstimo de capital. 

Ou seja, uma porcentagem a mais sobre uma dívida ou quantia parcelada. Nesse caso, os juros também incidem sobre pagamentos em atraso.

Trata-se de um acréscimo percentual estabelecido no início do contrato, geralmente sendo calculado sobre o montante devido.

Enquanto isso, a atualização monetária é uma operação que busca compensar a desvalorização da moeda.

Inclusive, é importante destacar que não se trata de um aumento do valor, mas uma equiparação para equilibrar seu valor no mercado.

Além disso, essa correção financeira incide sobre todo o capital, inclusive sobre os juros.

Por exemplo, um indivíduo possui uma indenização a receber. No entanto, com o passar do tempo, ela pode desvalorizar de acordo com a inflação.

Nesse caso, a dívida receberá uma atualização monetária anual.

O que significa perda do poder de compra?

Um importante conceito atrelado à atualização monetária é a perda do poder de compra.

Basicamente, trata-se da capacidade de adquirir um bem ou serviço com determinada quantia financeira.

Em determinadas situações, ou com o passar do tempo, essa capacidade pode aumentar ou diminuir, o que pode causar um ganho ou uma perda do poder de compra do consumidor.

Usualmente, essa oscilação está atrelada a índices como a inflação, que representa o aumento dos preços na economia.

Para exemplificar, imagine que, em 2010, o valor de R$200 podia comprar duas cestas básicas.

No entanto, em 2020, esse mesmo valor de R$200 pode comprar apenas uma cesta básica, com os mesmos produtos.

Nesse caso, ocorreu uma perda do poder de compra, pois a mesma quantia adquire uma quantidade menor de bens.

Assim, a atualização monetária busca equiparar dívidas e recebimentos que podem ter sofrido perda do poder aquisitivo com o tempo.

Atualização monetária é um aumento?

Como destacado, a atualização monetária não pode ser considerada um aumento.

Isso porque ela não eleva o poder de compra, mas sim busca fazer um alinhamento do valor à inflação.

Dessa forma, não ocorre um acréscimo no valor, mas uma compensação por conta do valor perdido.

Como um exemplo básico, imagine que o consumidor recebe um vale de R$100, e, com isso, pode comprar uma cesta básica.

No entanto, o produto passa a custar R$110, e seu valor não é o suficiente para comprar a cesta básica.

Dessa forma, existe a necessidade de uma correção para acompanhar o aumento do preço do produto, de modo que o vale passe a ser de R$110.

Entretanto, o consumidor não consegue comprar mais cestas básicas com esse reajuste. Ele apenas continua comprando a mesma quantidade do produto.

Por isso, essa correção não pode ser considerada um aumento real.

Como é feito o cálculo de  atualização monetária?

Basicamente, o cálculo de uma atualização depende do fator acumulado utilizado como base, como o índice de IPCA ou CDI.

Nesse caso, basta multiplicar o valor total pela taxa de correção, para obter o aumento.

Por exemplo, um montante de R$1.000 com um fator de atualização monetária de 1,2 deverá ter seu valor corrigido para R$1.200.

O cálculo depende de outros fatores e porcentagens do mercado. Por esse motivo, o Banco Central disponibiliza uma calculadora de correção de valores.

Dessa forma, o consumidor poderá analisar o reajuste a partir de diversos indexadores, e determinar o valor com maior precisão e facilidade.

Quais são os índices de atualização monetária?

A atualização monetária é feita a partir de alguns índices que influenciam o mercado financeiro.

Cada taxa incide sobre determinado setor, e auxilia na determinação do valor que deve ser reajustado. Confira algumas das principais:

IPCA

O IPCA é o índice mais utilizado em atualizações monetárias. Trata-se do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, taxa oficial da inflação no Brasil.

Ele observa as tendências de aumento de preços no mercado, baseado no valor médio para adquirir determinado produto, e comparando com preços anteriores.

O cálculo é feito mensalmente, de modo que a atualização monetária possa estabelecer um percentual médio para os reajustes.

CDI

Enquanto isso, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) também tem utilidade como base para a atualização monetária.

Esse certificado corresponde aos títulos de emissão entre instituições financeiras. Ou seja, uma forma de empréstimos entre bancos, com o objetivo de fechar o caixa no positivo. 

A taxa possui variação diária, e tem impacto em correções monetárias de investimentos, por exemplo.

IGP-M

Por fim, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) também é um dos índices para reajustes mais utilizados.

Ele é considerado um indicador macroeconômico, ou seja, avalia a economia brasileira de maneira ampla.

No entanto, seu principal impacto é no setor imobiliário, com a atualização monetária de aluguel. Inclusive, é popularmente conhecido como “inflação do aluguel”.

Esse índice tem um cálculo mensal, de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE).

Qual a finalidade da atualização monetária?

A atualização monetária é fundamental para compensar a perda econômica da moeda, através de diferentes reajustes.

Sem essa operação, o consumidor teria cada vez menos poder aquisitivo, pois seus recebimentos não acompanhariam o aumento dos preços na economia.

Além disso, essa correção também é importante para atualizar quantias sem movimentação, que podem perder parte do seu valor financeiro, como:

Em resumo, é função da atualização monetária acompanhar os índices de inflação, e garantir que a moeda nacional não tenha uma grande desvalorização no mercado.

Por que acompanhar a atualização monetária?

Em muitos casos, a atualização monetária passa de forma despercebida, e muitas pessoas não entendem seu impacto.

No entanto, é fundamental acompanhar esses reajustes periodicamente, para entender mais sobre o seu dinheiro e quanto ele vale.

Além disso, esse fator também pode influenciar diretamente em investimentos ou recebimentos parados.

Assim, se você possui uma dívida a receber, como um precatório, é essencial acompanhar a atualização monetária do valor.

No entanto, se estiver com dúvidas sobre os reajustes do seu título, você pode consultar nossa calculadora de precatórios e verificar a quantia atualizada.

Entre em contato com a Precato e receba orientações de um time de especialistas para acompanhar as correções financeiras do seu dinheiro.

Matheus Alvarenga

Especialista em direitos creditórios e sócio da Precato, empresa líder no Brasil em antecipação de Precatórios Federais. Atua desde 2012 no mercado financeiro, com mais de R$ 1 bilhão intermediados em operações.

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